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Iluminação saudável ajuda a evitar problemas de visão

Em um mundo onde 55% das pessoas com deficiência visual são mulheres, a atenção com a saúde ocular se torna ainda mais crucial e surge como um importante tema a ser debatido. Segundo dados recentes divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e reforçados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, as mulheres estão mais susceptíveis à perda de visão devido a uma combinação de fatores biológicos, emocionais e psicológicos específicos. Além disso, a expectativa de vida mais alta entre as mulheres aumenta o risco de doenças oculares associadas à idade.

A verdade é que muitas vezes, a importância da saúde ocular é subestimada, com poucas pessoas reconhecendo os riscos cotidianos que nossos olhos enfrentam, especialmente em ambientes internos. A iluminação em nossas casas e locais de trabalho, embora essencial para o nosso bem-estar e produtividade, pode, se não for devidamente considerada, contribuir significativamente para problemas de visão.

A falta de consciência sobre como a luz afeta diretamente a saúde dos nossos olhos leva muitos a ignorar práticas de iluminação saudável, expondo-se a longo prazo a condições oculares que poderiam ser evitadas.

Neste contexto, a especialista em iluminação saudável, Adriana Tedesco, oferece uma perspectiva valiosa sobre como a iluminação adequada pode ser uma aliada importante na prevenção de problemas visuais. Tedesco adverte contra o uso de luminárias que causam ofuscamento ou excesso de contrastes nos ambientes, com brilho muito intenso, e lâmpadas expostas sem difusor, que podem exacerbar ou até mesmo desencadear condições oculares adversas.

“Os sintomas da fadiga visual relacionados ao ofuscamento da luz elétrica são: dor de cabeça, sensação de vista cansada, ardência nos olhos, vermelhidão, visão turva, inchaço na região, visão dupla e embaçada, coceira, lacrimejo e ressecamento dos olhos,” explica Tedesco.

Esta fadiga acontece como um mecanismo de defesa para evitar lesões na retina, para compensar o ofuscamento causado pelas luminárias. “Se estes  sintomas acontecem no cotidiano e sobretudo no final do dia, o risco é maior e preocupante, pois podem comprometer a saúde ocular, agravando ou desencadeando doenças oculares”, pondera.

Ela ressalta ainda a importância de um projeto de iluminação que leve em consideração a saúde ocular, recomendando o uso de peças com recuo ou difusores para mitigar os riscos.

“É muito importante que o projeto de iluminação contemple esta assessoria especializada, capacitada para avaliar os equipamentos de iluminação, a fim de evitar peças que possam comprometer a saúde ocular, especificando peças com recuo, onde a lâmpada fica camuflada, ou então peças com difusores”.

A especialista afirma que criar uma harmonia visual, equilibrando os índices de luminância dos ambientes, é fundamental para o conforto visual. “A intensidade da luz também precisa ser adequada às tarefas dos ambientes”, alerta.

Além disso, Tedesco oferece conselhos práticos para melhorar a iluminação nos espaços habitados: “Evitar lâmpadas com fluxo muito intenso, sem qualquer tipo de proteção, expostas em pendentes sem um difusor acrílico ou vidro, em spots focais faceados na própria peça ou abajures de leitura nas mesmas condições. Evitar muito contraste no ambiente, ou seja, áreas muito iluminadas e outras não, causando sombras marcantes, onde o aparelho visual precisa ficar em constante adaptações (claro e escuro).”

A combinação de um diagnóstico precoce, tratamento adequado e uma iluminação cuidadosamente planejada pode significar a diferença entre manter uma boa saúde ocular e enfrentar desafios visuais no futuro. Este enfoque holístico na prevenção da perda de visão, especialmente entre as mulheres, é um passo importante para combater a crescente prevalência de deficiências visuais em todo o mundo.

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