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Setembro Amarelo: como a luz  ajuda a prevenir transtornos mentais

O mês de setembro é marcado pela campanha do Setembro Amarelo, que promove a conscientização sobre a prevenção ao suicídio e encoraja quem precisa a buscar ajuda. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil suicídios são registrados anualmente no mundo, número que pode chegar a mais de 1 milhão devido à subnotificação.

No Brasil, são cerca de 14 mil casos por ano — aproximadamente 38 pessoas tirando a própria vida todos os dias. A maioria desses casos está associada a doenças mentais, frequentemente não diagnosticadas ou tratadas de forma inadequada, destacando a urgência de ações de prevenção e suporte.

Além das abordagens tradicionais de tratamento e prevenção, novas formas de cuidado estão sendo discutidas, incluindo o papel da iluminação saudável na promoção da saúde mental. Adriana Tedesco, Naturopata e Especialista em Iluminação Saudável, destaca que a luz, tanto natural quanto artificial, pode ser uma grande aliada na regulação dos biorritmos naturais do organismo.

“Promover um ambiente luminoso saudável propicia um organismo equilibrado, em sincronia com os ciclos da natureza, uma vez que os espectros emitidos pela luz do sol e pela luz elétrica influenciam diretamente nos biorritmos naturais”, afirma Adriana.

A especialista explica que um organismo equilibrado, estimulado a produzir hormônios nos horários corretos, tende a ser mais saudável em todos os aspectos, incluindo a saúde mental. Ela observa que a luz elétrica nos ambientes construídos é um dos pilares mais importantes, pois interfere no ser humano de forma psicológica e biológica. “Projetar uma iluminação personalizada, levando em consideração as necessidades e particularidades de cada pessoa, é fundamental para manter a saúde integral dos usuários”, acrescenta.

A exposição à luz natural durante o dia também desempenha um papel crucial na manutenção da saúde mental. “A exposição à luz natural é fundamental para manter nosso relógio biológico em sincronia com a natureza, para todas as questões fisiológicas do organismo. Porém, como sabemos que hoje vivemos a maior parte do nosso tempo em ambientes construídos, podemos minimizar os impactos dessa ausência de luz natural por meio da luz elétrica, fazendo as compensações necessárias”, explica Adriana.

 

Ela também enfatiza que diferentes tipos de iluminação podem afetar diretamente o humor e o bem-estar emocional. “Um bom exemplo é a inversão das temperaturas de cores dos LEDs. Um espectro invertido confunde nosso organismo; utilizar baixa intensidade luminosa pela manhã, com temperatura de cor baixa, amarela, pode deixar o organismo mais lento, mais depressivo e desanimado. Da mesma forma, uma luz muito branca no período noturno pode aumentar a ansiedade, crises de pânico e acionar o mecanismo de alerta do corpo.”

Adriana ressalta que a iluminação artificial deve ser ajustada para promover uma melhor saúde mental. “A luz elétrica precisa ser projetada dentro dos novos termos estabelecidos pela Comissão Internacional de Iluminação (CIE); ela precisa ser centrada no ser humano. Criar ambientes luminosos distintos para o dia e para a noite é uma estratégia que utilizamos para deixar os ambientes mais propícios à saúde mental”, explica. Além disso, é fundamental evitar o “flicker” dos LEDs, que pode desencadear crises como a epilepsia, e adotar produtos que sigam protocolos de saúde.

Evidências científicas corroboram os benefícios da iluminação saudável na redução de estresse, ansiedade e depressão. “A ciência é muito clara ao afirmar o quanto a luz elétrica interfere e influencia nossa saúde integral, podendo contribuir significativamente para diminuir os níveis de estresse, ansiedade e depressão, bem como melhorar a qualidade do sono e prevenir algumas doenças”, pontua Adriana.

Durante o Setembro Amarelo, Adriana sugere algumas práticas de iluminação que podem ajudar a manter a mente saudável e prevenir transtornos mentais: “Para casos depressivos, em estado de desânimo, sem vontade de sair de casa, temos equipamentos que podem ser utilizados como terapia de luz para ajudar na síntese do cortisol e tirar a pessoa de um estado mais crítico, de forma coadjuvante aos tratamentos convencionais, mas que vêm demonstrando resultados positivos.”

Concluindo, Adriana defende um olhar terapêutico sobre a luz nos ambientes, destacando que a iluminação integrativa é essencial para o bem-estar humano. “Precisamos olhar para a luz, seja ela natural ou artificial, como uma fonte de energia vital. A iluminação integrativa não é uma tendência, mas uma necessidade para o ser humano. Ela é uma ferramenta poderosa para construir lares mais saudáveis, promover o convívio familiar e facilitar todas as formas de cura — física, mental, emocional e espiritual.”

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